De 1994 a 1996 escrevi muitas “histórias”, havia semanas em que fazia uma por dia.
Mas não tenho nenhuma delas. Dei-as todas. Gostavam, pediam-me e eu dava-as. Tão simples quanto isto.
Diziam-me, “tu és parvo; daqui a uns anos podia dar dinheiro… e quanto muito serviam-te de recordação”. Quanta sensatez. Não pela questão do dinheiro, que nunca pensei em vender nenhum papel e nem sei se haveria procura, mas sim pelo essencial que era manter uma recordação original.
Sim, eu fui e sou parvo.
Dei-as a quem as pedia, normalmente a quem pedia primeiro. A raparigas, sobretudo. Pensei que pudesse ficar mais próximo delas à conta das bandas-desenhadas. Era sempre uma forma de meter conversa e julgava que elas gostavam de tipos que fizessem umas coisas diferentes, assim a atirar para o engraçado. Mas nunca consegui o meu grande sonho: uma mega orgia com dezenas de gajas.
Ou seja, um fracasso rotundo: nem fiquei com o proveito da oferta, nem com a recordação de algumas belas “histórias”.
Sei de algumas pessoas que as possam ter, se é que ainda as têm. Mas elas já não as querem devolver, com legitimidade, ou não se lembram de onde as puseram. Também já não sei do paradeiro dessa gente. Acho que a maioria das bandas-desenhadas desapareceu irremediavelmente. O papel, infelizmente, é muito biodegradável.
A partir de 1996 comecei a ser mais cioso. Mas entre este acesso de consciência e a prática ainda se perderam algumas "histórias" pelo meio...
Mas não tenho nenhuma delas. Dei-as todas. Gostavam, pediam-me e eu dava-as. Tão simples quanto isto.
Diziam-me, “tu és parvo; daqui a uns anos podia dar dinheiro… e quanto muito serviam-te de recordação”. Quanta sensatez. Não pela questão do dinheiro, que nunca pensei em vender nenhum papel e nem sei se haveria procura, mas sim pelo essencial que era manter uma recordação original.
Sim, eu fui e sou parvo.
Dei-as a quem as pedia, normalmente a quem pedia primeiro. A raparigas, sobretudo. Pensei que pudesse ficar mais próximo delas à conta das bandas-desenhadas. Era sempre uma forma de meter conversa e julgava que elas gostavam de tipos que fizessem umas coisas diferentes, assim a atirar para o engraçado. Mas nunca consegui o meu grande sonho: uma mega orgia com dezenas de gajas.
Ou seja, um fracasso rotundo: nem fiquei com o proveito da oferta, nem com a recordação de algumas belas “histórias”.
Sei de algumas pessoas que as possam ter, se é que ainda as têm. Mas elas já não as querem devolver, com legitimidade, ou não se lembram de onde as puseram. Também já não sei do paradeiro dessa gente. Acho que a maioria das bandas-desenhadas desapareceu irremediavelmente. O papel, infelizmente, é muito biodegradável.
A partir de 1996 comecei a ser mais cioso. Mas entre este acesso de consciência e a prática ainda se perderam algumas "histórias" pelo meio...
O facto é que passei a tratar o meu espólio com mais seriedade. Não muita, mas apenas com mais uns pinguinhos de seriedade. Por exemplo, comecei a registar tudo o que ia fazendo, algo inédito até então.
Estava na altura de pensar no futuro e no que meter no meu álbum de recordações. Afinal, as pessoas viam-me como “o gajo que fazia bandas-desenhadas”, queriam lá saber se eu sabia os nomes de todos os plantéis da Iª Divisão, que eu tivesse boas notas a Matemática ou que eu fosse um tipo extremamente atraente (a minha mãe sempre achou que sim).
Portanto, isto é a comemoração dos 15 anos em cuja primeira história visível, na verdade, só tem quase 12 anos. Não há problema: o outro clube do bairro do Futebol Benfica também comemorou 100 anos quando fez 95 e os Pearl Jam assinalam o 20º aniversário de "Ten" quando o álbum faz 18.
O que vocês verão aqui é o que escapou à delapidação voluntária do meu próprio património.
Estava na altura de pensar no futuro e no que meter no meu álbum de recordações. Afinal, as pessoas viam-me como “o gajo que fazia bandas-desenhadas”, queriam lá saber se eu sabia os nomes de todos os plantéis da Iª Divisão, que eu tivesse boas notas a Matemática ou que eu fosse um tipo extremamente atraente (a minha mãe sempre achou que sim).
Portanto, isto é a comemoração dos 15 anos em cuja primeira história visível, na verdade, só tem quase 12 anos. Não há problema: o outro clube do bairro do Futebol Benfica também comemorou 100 anos quando fez 95 e os Pearl Jam assinalam o 20º aniversário de "Ten" quando o álbum faz 18.
O que vocês verão aqui é o que escapou à delapidação voluntária do meu próprio património.
Sem comentários:
Enviar um comentário