“1º Acto” é bastante representativa desta fase da minha “carreira”: um argumento pouco consistente que nem para uma página A5 chega, sendo por isso entrecortado com outros pequenos argumentos e intromissões de forma a preencher todo o espaço. Como se fosse um programa humorístico composto por sketches. Estava vidrado nos Monty Python, é verdade, e a testar os meus limites do absurdo.
Há muitos palavrões, nenhum deles dito pela personagem Zé Bastos, que só aparece em dois quadradinhos e é mera figurante. Há famílias pervertidas e socialmente reprováveis. Há adolescentes que assumem o protagonismo e que vencem na sua luta contra o autoritarismo paternal, que não sabe dar o exemplo nem comunicar, acabando, previsivelmente, estupefacto com a sua própria impotência para influenciar o que quer que seja. Muitos de nós conhecemos esse distanciamento geracional nesse íngreme período a que se chama “puberdade”. “Puberdade” é, aliás, um nome feio que soa a doença venérea. Ou a uma espécie de infecção. Cheia de pus e larvas. Soa muito mal.
Há também uma sádica referência de gosto muito duvidoso ao acidente rodoviário que vitimou o rancho folclórico de Mouriscas de Vouga (hoje ninguém se lembrará deste episódio, excepto os sobreviventes, os familiares e conhecidos das vítimas; tinha acabado de ocorrer quando escrevi este papel). Mas aquilo que ainda hoje me faz sorrir é quando, na 2ª parte da banda-desenhada, uma fractura exposta é tratada como uma menstruação.
“1º Acto” é simultaneamente o título e o 1º quadradinho da “história”. Mais uma pequena inovação que experimentei. O original já está parcialmente rasgado e isso é bem visível no canto superior direito da 2ª parte.
“1º Acto” chegou, portanto, ferida ao século XXI. Mas ainda é uma sobrevivente e continua a tresandar a incorrecção e rebeldia.
Há muitos palavrões, nenhum deles dito pela personagem Zé Bastos, que só aparece em dois quadradinhos e é mera figurante. Há famílias pervertidas e socialmente reprováveis. Há adolescentes que assumem o protagonismo e que vencem na sua luta contra o autoritarismo paternal, que não sabe dar o exemplo nem comunicar, acabando, previsivelmente, estupefacto com a sua própria impotência para influenciar o que quer que seja. Muitos de nós conhecemos esse distanciamento geracional nesse íngreme período a que se chama “puberdade”. “Puberdade” é, aliás, um nome feio que soa a doença venérea. Ou a uma espécie de infecção. Cheia de pus e larvas. Soa muito mal.
Há também uma sádica referência de gosto muito duvidoso ao acidente rodoviário que vitimou o rancho folclórico de Mouriscas de Vouga (hoje ninguém se lembrará deste episódio, excepto os sobreviventes, os familiares e conhecidos das vítimas; tinha acabado de ocorrer quando escrevi este papel). Mas aquilo que ainda hoje me faz sorrir é quando, na 2ª parte da banda-desenhada, uma fractura exposta é tratada como uma menstruação.
“1º Acto” é simultaneamente o título e o 1º quadradinho da “história”. Mais uma pequena inovação que experimentei. O original já está parcialmente rasgado e isso é bem visível no canto superior direito da 2ª parte.
“1º Acto” chegou, portanto, ferida ao século XXI. Mas ainda é uma sobrevivente e continua a tresandar a incorrecção e rebeldia.
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