segunda-feira, 25 de maio de 2009

Notas Sobre "Balde"

Quem quer ser o balde?”, parece ser esta a pergunta a que todos respondem afirmativamente. Ninguém parece capaz de dizer “não” e a tentação da celebridade instantânea gera uma histeria sem precedentes.
Não há que enganar: esta “história” visa muito directamente a célebre mãe (pai?) (avó?) (tia muito chegada?) (Leonor Cipriano?) de todos os reality shows, o Big Brother. Todos estavam esfusiantes com aqueles objectos mediáticos ligeiramente parecidos com seres humanos. Houve uma passagem de ano com gente pregada ao televisor para ver o balde Zé Maria ganhar o que seria a sua viagem de ida para a sempre efémera e estéril terra cor-de-rosa. Não tardaria muito para que regressasse à sua reles condição inicial com um pontapé seco no traseiro e sem desculpas recebidas, surpreendendo até quem parecia menos impressionável. Como é aqui o caso de Alberto da Cunha Pinto, um velho conhecido (que ainda irá voltar).
Esta é uma das histórias com melhor grafismo, algo que reconhecidamente agradeço à esferográfica que escolhi. O tema era bastante actual. E talvez ainda seja.
“Balde”, a primeira “história” do novo milénio, atira-se sobre a “chicletização” (o anátema do “mastiga-e-deita-fora”) do entretenimento moderno com o mesmo frio desapego com que ele trata o espectador. No fim do furacão de banalidades nada resta para contar. “Balde” não é tão hiperbolizada quanto possa parecer. Substituam os objectos por humanos e a diferença quase que nem se notará. Infelizmente para os humanos.

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