sábado, 30 de maio de 2009

Notas Sobre "Veiga"

Se por acaso esta “história” é o primeiro contacto que têm com esta colecção poderão ficar com a ideia que ridicularizo personalidades reais. Mas se já viram muitas mais sabem que isso não corresponde à verdade.
De facto, não tenho como hábito trazer à colação gente conhecida de todos e, mesmo quando o faço, não os ridicularizo – o mais correcto é dizer que desprezo completamente a sua dignidade pessoal. Penso que existem duas razões fundamentais para que isso aconteça: não tenho dotes desenhistas que me permitam caricaturar satisfatoriamente essas pessoas e já todos estão fartos de gozar sempre com as mesmas caras da nossa praça; tentar a abstracção, um retrato intemporal, a personificação e a metáfora é um desafio muito mais recompensador e estimulante. E mais difícil, com toda a certeza. Brincar com figuras públicas é claramente um terreno que deixo para outros artistas trilhar à vontade.
O certo é que o argumento de “Veiga” não seria nada de especial se não colocasse referências a personalidades conhecidas (e a essa grande novidade que era o Euro). E julgo que mesmo após referir esses abutres do futebol que são José Veiga, Manuel Barbosa (o que é feito dele?), Pinto da Costa (disfarçado de Snoopy, que jamais seria capaz de ousar reproduzir o “papa”) e um misterioso Big Joe “Veiga” não ficou grande coisa. Eu não me perdoo muito por ter descambado para o lugar comum de referir o Pinto da Costa. Ainda hoje sinto-me um pouco como o Emplastro por causa disso.

Sem comentários: